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Especialista reforça papel da atenção à saúde mental para pacientes oncológicos e familiares


No tratamento contra o câncer, a atenção à saúde mental precisa ser direcionada tanto ao paciente oncológico quanto aos seus familiares e acompanhantes. Aliado a isso, o atendimento multidisciplinar é indispensável e contribui no processo de ressignificação da doença. É o que aponta a médica oncologista Karla Emerenciano. A informação foi repassada por ela em entrevista ao Tribuna Livre, da Jovem Pan News Natal, nesta quinta-feira (23). A perspectiva reforça as reflexões trazidas pela campanha que marca este mês, intitulada Janeiro Branco, dedicada à promoção da saúde mental e emocional

A especialista lembra que a jornada do paciente oncológico começa no diagnóstico e, apesar dos desafios associados ao câncer, a medicina apresenta avanços que favorecem uma melhor qualidade de vida para quem vive com essa condição. Ela reforça que o tratamento não está restrito ao médico oncologista, mas envolve uma equipe multidisciplinar.

“Esse tratamento precisa ser combinado com toda a equipe. Na radioterapia, nós temos o radioterapeuta, o cirurgião, o oncologista. Mas, a psicóloga, a enfermeira, a nutricionista, a fisioterapeuta e a fonoaudióloga precisam estar falando a ‘mesma língua’. Nesse contexto da jornada do paciente, há o envolvimento dos colaboradores da instituição e dos familiares e acompanhantes”, exemplifica.

A atenção à saúde mental das pessoas diagnosticadas com câncer, ainda, torna-se fundamental porque envolve contextos de vida. Segundo Karla Emerenciano, além dos pacientes, familiares e cuidadores são impactados e podem sofrer diante desse cenário. Disso parte a necessidade de um acolhimento capaz de ressignificar a doença, como os presentes em grupos de apoio.

Entre os grupos de apoio localizados em Natal, ela cita o grupo Despertar da Liga Contra o Câncer; o grupo Oncovida que é coordenado pelo Oncocentro; o Grupos das Bonitas, e a equipe Remo do Peito. A especialista explica que há uma diferença visível entre os pacientes oncológicos ao iniciarem o tratamento e após estarem mais tempo dentro dessa jornada. Isso porque eles desenvolvem tanto um amadurecimento emocional quanto espiritual.

“A pessoa que passa por esse processo dentro de uma família parece ser a mais frágil, mas quando você vai investigar é a mais forte e dá lição a todos que estão ao redor. Se pararmos para pensar, cada um [membro da família] vai tirar ensinamentos daquele processo”, comenta.

Aliado a isso, Karla Emerenciano lembra que atitudes simples por parte de familiares e amigos de pessoas com câncer podem fazer uma grande diferença. É o caso de acompanhar em consultas sempre que possível, realizar escalas entre pessoas da família para acompanhamento em atividades do tratamento, ou até mesmo apenas ter momentos ao lado de quem está lidando com essa condição.

Em relação a retomada da rotina pelos pacientes, a oncologista desmistifica a ideia de que é preciso apenas o repouso constante e aponta o papel significativo da prática de atividades físicas. “Cada caso precisa ser discutido com o médico que acompanha o paciente. O ideal é que se tenha um educador físico, um fisioterapeuta, sempre alguém que o olhe para que ele [paciente] não se lesione”.

Confira entrevista completa na Jovem Pan News Natal:


TRIBUNA DO NORTE

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