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O campeonato – Tribuna do Norte


Rubens Lemos Filho
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Tenho irritado alguns torcedores ao insistir que há um equilíbrio delicado no início do campeonato estadual de 2025. O América é o melhor time com duas vitórias, sete gols marcados, dois sofridos e um craque: Souza.

Mesmo assim, contra o Globo, sofreu perdendo de 1×0 e contando com a sorte de um pênalti desperdiçado pelo time de Ceará-Mirim, foi buscar a vitória em dramáticos cinco minutos. O América – com essa nova SAF -, parece um time mais apresentável do que o do ano passado. O pessoal é mais discreto e preocupado em jogar futebol, finalidade primordial do clube.

Além de Souza, o América tem bons jogadores como o zagueiro Guilherme Paraíba e o meia-atacante Tiaguinho, que não repetiu contra o Globo a ótima exibição dos 5×0 sobre o Baraúnas. Não existe mais aquela distância de Amédica e ABC para os times menores, como acontecia quando haviam sacos de pancada do naipe de Riachuelo, Ferroviário, Força e Luz e Atlético, quatro clubes nascidos para o perfil vira-lata dos campeonatos na Era Machadão. Sempre presentes, sempre goleados.

O América de agora conta com um esquema em que Souza participa o jogo inteiro – com direito a cobrar salário dobrado -, armando avançando e finalizando. Se ele tivesse um companheiro com 30% do seu futebol, me arriscaria a dizer que o América só não seria tricampeão por um desastre. O América é mais organizado em todos os seus comportamentos. Mas é óbvio ressaltar que a superioridade local foi precedida por desastrosas derrotas na pré-temporada em Pernambuco. Em casa, com os times do Rio Grande do Norte, está sendo fácil comandar as ações.

O ABC é um time ruim de se ver jogar, exatamente pela falta de um camisa 10 que faça frente a Souza no clássico do dia 25. O ABC não extrai encanto do seu torcedor e mexe demais no time, impedindo a consolidação de uma forma de jogar. O técnico Ney Franco tem me decepcionado pelo defensivismo, primeiro com cinco homens na defesa e três (sem nenhum habilidoso) no meio e dois no ataque.
No jogo contra o Potiguar, precisando da primeira vitória para não cair no pântano perigoso da pressão e até dos gritos de protesto por outro nome, armou o antigo e funcional 4-3-3.

Teria sido excelente não fosse o 4-3-3 com homens de meio sem qualidade. Ruins no passe, no drible e no arremate ao gol. Esse Bismark não é homem para vestir a camisa 10 que já foi de Alberi, Danilo Menezes, Dedé de Dora, Marinho Apolônio, Geraldo, Adilson Heleno e Cascata. Repito sempre esses nomes porque eles me fizeram sonhar e não voltam mais, como num filme de epílogo triste. Falar sobre eles é manter o talento de cada um vivo na minha alma.

O ABC, apesar dos 3×0 sobre o Potiguar – destaque para o jovem atacante Emanuel, que tem corpo de cabeça de bagre mas foi capaz de fazer um gol dando um lençol no goleiro e empurrando a bola para as redes -, não empolga, termina sempre na expectativa do que Wallyson vai fazer e será difícil tê-lo na plenitude porque seus companheiros são fracos. O meia Adeilson tem alguma habilidade, mas jamais chegará a ser o homem da decisão, alguém a desafiar Souza. Menos ainda o garoto Marcos Vinicius, das divisões de base do Atlético Paranaense e ainda sentindo o peso da responsabilidade de se o piloto da criação.

Na imprensa, o presidente Dudu Machado pede paciência e diz que o “ABC está no mercado”. Rechaçou trazer um bando, mas está diante de um elenco sofrível e incapaz de dar confiança ao seu torcedor. O ABC começa 2025 pior do que terminou 2024, isso em se tratando de bola rolando, não em resultados. Assistir uma partida do ABC é chato como acompanhar um professor de Física Quântica em suas lições terrenos. Os demais? Ah, se tivessem confiança, engrossariam a peleja. Mas são fracos de autoestima, se escondem na própria melancolia.

Julgamento O Conselho Deliberativo do América julga terça-feira(21) as contas do mandato do ex-jogador Souza na presidência do clube. Os números e informações passaram por uma auditoria e o resultado é imprevisível. Souza está no seu estilo Souza: submerso.

Marco Polo A perda da joia Marco Polo do ABC , um exímio meia-esquerda para o Sport Recife reforça a tese de que as bases dos clubes, formadas por abnegados, precisam de apoio firme das diretorias executivas.

De olho O Fluminense de Feira de Santana(BA) está de olho em jovens revelados pelo alvinegro e as equipes de Pernambuco mantêm atenção sobre o que surge por aqui.

Indonésia É com desconfiança que a torcida do ABC recebe seu reforço para o ataque, Danilo Alves, de 33 anos e que estava no nada ofensivo futebol da Indonésia. Vai brigar com Emanuel pela titularidade.

Ferrim O Ferroviário(CE) é a nova SAF do Nordeste:100 milhões.

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