venda do Chrome deixará lição ao mercado de IA

Essa situação, porém, vai além do Google. Os órgãos reguladores e a justiça começam a olhar para o ecossistema de IA como um mercado concentradíssimo, tentando antecipar cenários que aconteceram anteriormente no mercado de tecnologia, como os buscadores.
É importante lembrar que as bigtechs que estão passando pelo escrutínio de monopólio são as mesmas que lideram o universo da IA. Isso acontece por conta de três principais fatores: poder de infraestrutura computacional, concentração de dados e desenvolvimento de modelos de fronteiras.
A capacidade de computação necessária para treinar os novos modelos de IA é uma coisa absurda. A esmagadora maioria das startups ao redor do mundo dependem do ambiente em nuvem das bigtechs para conseguir desenvolver seus projetos.
E, assim, as gigantes passam a ter acesso a serviços que ainda estão nascendo, muitas vezes propondo acordos comerciais ou comprando os novos entrantes antes que cheguem ao estrelato.
Jack Corrigan da Georgetown University comenta, em matéria na revista Time, que um estudo inicial do seu time identificou pelo menos 89 empresas de IA que foram adquiridas por Google, Apple, Meta e Microsoft na última década.
A academia e a ciência também sofrem com essa concentração. Mesmo as principais universidades do mundo precisam fazer parceria com as bigtechs para conseguir acesso a clusters de GPUs. É por isso que nos EUA existe um projeto de lei (CREATE AI ACT) que tem como objetivo estabelecer uma infraestrutura compartilhada para que pesquisadores e estudantes tenham recursos mínimos para suas pesquisas em IA.
UOL