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Vendas de cimento crescem em 2024 após dois anos de perdas


Após registrar duas quedas consecutivas, a produção e as vendas de cimento voltaram a registrar crescimento em 2024. É o que aponta o Balanço do Sindicato Nacional da Indústria de Cimento (SNIC), que apontou que foram vendidas 64,7 milhões de toneladas, com aumento de 3,9% em relação a 2023 e saldo de 2 milhões de toneladas. Apesar do crescimento, o patamar atual ainda está quase 10 milhões de toneladas abaixo do comercializado em 2014, quando foram vendidas 73 milhões de toneladas de cimento no país.

Segundo o presidente do Sindicato da Construção Civil do RN (Sinduscon-RN), Sérgio Azevedo, o consumo de cimento está diretamente relacionado com o aquecimento do mercado da construção civil. Ele cita que questões como Plano Diretor de Natal e energias renováveis acabam elevando o segmento, que acaba utilizando o cimento como matéria-prima. “O consumo de cimento cresceu porque o setor da construção civil cresceu. Isso está diretamente relacionado”, aponta.

“Segundo a CBIC, o setor da construção civil do RN teve um crescimento de 4,1% e nós temos uma expectativa para 2025 de um crescimento de 2,3%. Essa tendência aqui no Rio Grande do Norte com certeza foi impulsionada pela revisão do Plano Diretor, que viabilizou uma série de empreendimentos. Tem o setor de energia renovável, que sempre é um vetor de desenvolvimento, de aquecimento do mercado da construção civil. Temos parques eólicos e parques solares que estão em construção aqui no Estado. E teve também a retomada dos investimentos por parte do Poder Público, como essa construção das novas estradas. Tudo isso indica um crescimento em 2024, embora tenhamos um crescimento em 2025 menor. Um desses fatores é a alta do juros, que diminui o investimento”, cita.

No RN, pequenos comerciantes atestam o aumento na comercialização da matéria-prima, insumo básico para reformas, construções e pequenos reparos na construção civil. Segundo o presidente do Sindicato das Indústrias de Extração de Calcário, Fabricação de Cimento e Argamassa do Estado do Rio Grande do Norte , Marcelo Rosado, o crescimento é importante, mas precisa ser “sustentável”.

“Todo crescimento é positivo, mas vínhamos de um número de retração. Tivemos uma pandemia, uma situação em que Natal passou muito tempo com a demora na revisão do Plano Diretor. Do ano passado pra cá você consegue enxergar que depois da pandemia começou a ter uma procura por imóveis. As pessoas tinham locais para trabalhar e muitos paradigmas foram quebrados na pandemia, com outras formas de trabalho. Então as pessoas começaram a fazer reformas para adaptar locais de trabalho em casa, por exemplo”, explica.

“Nós só podemos acreditar que esse crescimento vai ser sustentável à medida que o Governo Federal crie programas para liberar crédito. No cenário que estamos, com aumento de juros, isso preocupa, porque estamos vindo de uma situação em que o mercado estava mostrando estabilidade e as pessoas estavam começando a se encorajar para contrair financiamentos. Essas pessoas precisam de financiamento para concretar esse sonho”, acrescenta.

Na avaliação de Geílson Monteiro, 52 anos, dono de uma loja de materiais de construção no Alecrim, as vendas de cimento e de materiais em geral aumentaram em 2024. “Se formos avaliar só cimento é uma situação e material de construção é outra. O cimento a melhora foi em torno de 15% e os outros materiais 30%”, cita.

Em nota, o Sindicato Nacional da Indústria de Cimento atribuiu o desempenho positivo à melhora contínua do mercado de trabalho e da renda da população.


TRIBUNA DO NORTE

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