Cultura

Vidas em cordel traz, pela rima popular, a história de personalidades


Vinte e duas histórias de vida de pessoas anônimas e personalidades brasileiras foram transformadas em cordel na exposição inédita Vidas em Cordel.

A mostra chega a São Paulo depois de passar por Bahia, Pernambuco e Minas Gerais.

Com entrada gratuita, no Museu da Língua Portuguesa, a exposição conta, pela rima popular, a biografia de parteiras, poetas, lideranças populares e até benzedeiras.

Entre eles, estão o indígena Ailton Krenak, a poeta Tula Pilar e o jornalista Gilberto Dimenstein.

Histórias de vida anônimas também são contadas em cordel, como a de Francisca Nawa: nascida no Acre, foi parteira e ceramista. Ela trabalhou em seringais no Brasil e no Peru e lutou a vida inteira para provar que seu povo, vítima de massacres de invasores, não estava extinto.

Um dos curadores da mostra, o cordelista José Samaúma explica como escolheu as personagens que viraram cordel na exposição.

“Pra escolher essas pessoas da vida real é preciso muita labuta. É preciso andar na floresta, identificando cada pé de fruta. Conhecer o Brasil e ter uma escuta. O que cada história quer dizer? Uma diz A, uma diz B, já vem outra trazendo C. Então, cada história vem trazendo um elemento novo, mas as histórias têm que se comunicar com o povo”.

Outro personagem da mostra é MC Kawex, rapper que viveu por 20 anos na chamada Cracolândia. Ele foi uma voz ativa na região, com letras repletas de verdades e críticas.

Com xilogravuras e acesso digital para as histórias, a exposição também permite que o visitante escute o cordel sendo narrado na voz dos escritores Klévisson Viana e Marcelino Freire, como neste trecho em que Marcelino conta a história de dona Benzinha, parteira de Paracatu, no interior de Minas, que com quase 100 anos já trouxe ao mundo mais de 80 crianças.

A exposição ainda tem uma cabine interativa, onde os visitantes podem gravar depoimentos que, em seguida, ficam disponíveis no site do Museu da Pessoa.

Todo conteúdo da exposição pode ser acessado pelo site museudapessoa.org.

Vidas em Cordel fica em cartaz, até fevereiro de 2025.

 




Agência Brasil

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